Discos de cria
No vocabulário dos meliponicultores, os favos de cria na fase de ovo até pré-pupa são chamados de “cria verde”, enquanto os favos na fase de
pré-pupa até abelha adulta são chamados de “cria madura” ou “cria nascente”.
O processo de desenvolvimento de uma abelha sem ferrão, desde o ovo até a
abelha adulta, dura aproximadamente 40/45 dias, variando de espécie para espécie. Este período costuma ser um pouco mais longo para os machos e pouco mais
curto para as rainhas virgens (princesas).
Após sair das células (emersão), operárias e rainhas virgens vivem em média
50/55 dias. As rainhas, entretanto, depois de tornarem-se rainhas poedeiras, vivem
de um a três anos podendo chegar a 5 anos.
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Ciclo da postura até o nascimento das abelhas ASF |
Divisão de trabalho
As abelhas operárias são a grande força de trabalho de uma colônia. O tipo de trabalho realizado obedece a uma sequência,
variando de acordo com a idade da abelha ao longo dos seus 50/55 dias de vida.
Sendo assim, geralmente todos os indivíduos realizam todos os tipos de atividades,
organizadas na seguinte ordem:
1. Nas primeiras horas após o nascimento, as abelhas realizam a limpeza corporal
e permanecem sobre os favos de cria produzindo cera, secretada por glândulas
específicas em forma de pequenas placas brancas no abdômen;
2. Nos primeiros dias, cuidam da cria manipulando cera: raspam as células de pré-pupa, constroem células de cria e auxiliam as atividades de postura da rainha;
3. A partir do primeiro terço de vida, passam a exercer atividades como limpeza
e manipulação de alimento, mas não deixam de realizar outras funções que
vinham exercendo;
4. É somente na segunda metade da vida, ou seja, após o 25º dia, que passam
a exercer atividades no ambiente exterior. Nessa fase, as operárias também
são chamadas de campeiras. Saem para o campo em busca de pólen, néctar,
barro, resina (própolis) e água. Geralmente, antes da fase de campeiras, alguns
indivíduos da mesma idade fazem a guarda da entrada e do túnel de ingresso,
defendendo a colônia. Nessa função, são chamados de sentinelas.
Enxameação
A enxameação é o processo pelo qual as colônias de abelhas sem ferrão se
reproduzem. É importante destacar que o processo está relacionado à reprodução
da colônia como um todo, não de uma única abelha. Geralmente ocorre por conta
da superpopulação da colônia, e está associado a um contexto de generosa oferta
de alimento (pólen e néctar) no ambiente.
A enxameação tem início quando algumas abelhas operárias deixam a “colônia-mãe” para buscar um lugar adequado para a construção de um novo ninho.
A matéria-prima para a construção da nova moradia é retirada da colônia original
e, assim, “colônia-mãe” e “colônia-filha” permanecem vinculadas por algumas
semanas.
Concluída a organização da nova moradia, parte das abelhas operárias e uma
rainha virgem migram para o local. A rainha virgem é fecundada por um macho –
geralmente de outra colônia – em um ritual conhecido como “vôo nupcial”. Uma
vez fecundada, a rainha – agora poedeira – retorna ao novo ninho, estabelecendo a
rotina biológica de uma colônia estabelecida.
Assim concluí o ciclo salvo que cada espécie tem suas peculiaridades, porém não se diferenciando quando se trata em ciclo de postura e enxameação.
Fonte: Manual Tecnológico
Mel de Abelhas sem Ferrão
Jerônimo Villas-Bôas
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